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Pintando ao vivo em Itabira!

  • Foto do escritor: Sânia Fagundes
    Sânia Fagundes
  • 8 de jul. de 2024
  • 2 min de leitura

"Eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata."

Carlos Drummond de Andrade


Fui convidada pela amiga e curadora Fátima Mirandda para, junto de outros artistas, participar do Quinquagésimo Festival de Inverno de Itabira. O festival, já tradicional na cidade, conta com shows, apresentações artísticas, oficinas, lançamentos e espetáculos.

No meu caso, minha missão era pintar um quadro com o tema "Uma janela para Itabira". A ação seria ao vivo na rua, para todos os transeuntes poderem acompanhar o processo.


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A cidade estava em festa! Todos queriam ver os artistas trabalhando, ficar perto das tintas, das telas e do processo mágico de pintar uma obra do zero. É uma alegria saber que a cidade acolhe a arte sendo feita ao vivo e a cores. É cultura transbordando!

Os artistas convidados estavam dando o seu melhor naquele momento pra poder entregar um trabalho a altura de uma população que tem o hábito de consumir arte. Alguns convidados levaram as telas em branco e outros levaram a obra já encaminhada, mas o objetivo era único: retratar Itabira.



Uma vez retratada Itabira, é impossível não entrar na atmosfera do autor Carlos Drummond de Andrade. Quando tive a felicidade de receber o convite, imediatamente me pus a trabalhar. Comecei por uma pesquisa imagética da cidade. Mas, no meu caso, é impossível separar meu processo de pintura da minha relação com literatura. Por isso, logo me pus a buscar referências sobre Drummond. E fiquei encantada!

Nascido em Itabira, Carlos Drummond de Andrade foi um escritor, poeta, cronista, contista e , pasmem, farmacêutico! Foi um importante autor do movimento modernista e suas obras conversam muito com a vida em Minas Gerais. Como a infância segue conosco ao longo da vida, naturalmente Itabira está presente em diversas obras de Drummond. Por isso, foi muito emocionante conhecer de pertinho a cidade, o memorial e sua casa.



Eu, particularmente, julgo as pessoas pelos livros que elas têm e gostam. Saber que Drummond tinha em torno de 800 livros já me fez comungar das suas ideias, pra além dos seus mais de 50 livros escritos. Isso alimenta a escritora que existe em mim e me faz querer lutar pelas palavras.

Por isso, escolhi retratar Drummond na minha obra. Na tela, ele aparece de costas para o trem que leva minério de ferro para o mundo inteiro, uma vez que o autor era contra toda a exploração das terras da sua cidade natal. Para a sua surpresa, com o tempo suas obras ficaram mais importantes que o próprio minério. O mundo inteiro pode conhecer Itabira através do olhar de Carlos Drummond de Andrade. Fiz questão de colocar livros na tela, porque um escritor nunca sabe onde a sua obra vai parar, essa é a magia da literatura.

Foi um dia de fortes emoções e muita alegria. Ficar junto dos meus amigos artistas, conhecer artistas locais e sentir as cores da cidade me encheu de felicidade!


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Pintar ao vivo é sempre uma emoção indescritível! Só quem está lá consegue explicar!

E você? Já conhece Itabira ou até mesmo já leu um poema de Carlos Drummond de Andrade?


Forte abraço,

Sânia Fagundes

 
 
 

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